A paisagem parecia ter saído de um filme de terror. Milhares de aves de cor preta apareceram mortas ao amanhecer, depois do ano novo. Algumas horas depois relatórios de animais mortos começaram a aparecer de vários pontos da Europa e Estados Unidos. O fato captou o interesse de usuários de internet de todo o mundo, que inclusive criaram um mapa através do Google Maps para identificar os pontos onde foram registrados as mortes dos animais.
Peixes mortos
Em Maryland, nos Estados Unidos, as autoridades do Departamento do Meio Ambiente indicaram que a causa da morte dos quase dois milhões de peixes, que ocorreu na primeira semana de janeiro, foi uma combinação de uma corrente de água fria e a presença de uma enorme população de peixes jovens, que não suportaram a baixa da temperatura.
Mas o fenômeno não era exclusivo da costa dos Estados Unidos. No dia dois de janeiro, milhares de peixes mortos apareceram na costa de Abergavenny, no Reino Unido. Nesse mesmo dia, nas Filipinas, milhares de peixes apareceram mortos nas praias de Lapu, onde alguns habitantes locais decidiram coletar os peixes e cozinhá-los, uma má ideia, pois muitas pessoas adoeceram poucas horas depois do consumo.
No dia 5 de janeiro, as autoridades Brasileiras reportaram ter encontrado pelo menos cem toneladas de peixes mortos nas praias do estado do Paraná, na região sul do país. Os pescadores da região informaram à imprensa que estavam aparecendo peixes mortos também ao norte do estado.
O estranho acontecimento se produziu nas águas do Pacífico, na segunda semana de janeiro, centenas de peixes apareceram nas margens das praias localizadas entre Zorritos e Máncora, ao norte do Peru. Centenas de pequenos peixes apareceram mortos nas concorridas praias de Máncora, o que reforçaria a teoria de uma repentina quena das temperaturas do mar.
Talvez os primeiros indícios deste fenômeno puderam ser observados no final de dezembro, quando milhares de estrelas-do-mar e medusas mortas ficaram presas no mar próximo das praias da ilha de Palmas, em Charleston, Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Já desde 15 de dezembro, também foi possível ver milhares de peixes mortos na costa de Cocoa Beach. Os especialistas em clima disseram que uma corrente muito fria havia afetado a região.
Teorias a parte, a questão aqui é, os problemas ambientais estão progredindo exponencialmente ao desenvolvimento industrial, de modo que se a sociedade global não vier a agir de forma emergencial, teremos nas mãos uma situação futura insustentável.
Fonte: Publico PT
Esta semana, 19.07, 200 cientistas encontram-se em Brest, França, para uma reunião de trabalho preparatória da redação do próximo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), esperado para 2014.
O relatório do IPCC é o documento que, de sete em sete anos desde 1988, faz o ponto de situação sobre o conhecimento e os impactos do aumento global das temperaturas. O último relatório é de 2007.
A quinta edição será a primeira depois da polémica levantada em 2010 com a descoberta de um erro no relatório de 2007, que afirmava que os glaciares dos Himalaias “poderão desaparecer até 2035, ou mesmo antes”. O IPCC, laureado do Prémio Nobel da Paz em 2007, admitiu ter cometido um “erro lamentável” e modificou procedimentos, para evitar a repetição do episódio. “Foi desenvolvido um protocolo” para reagir melhor quando for detectado um erro, lembrou Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.
Em 19 de Novembro, o IPCC vai publicar um relatório especial dedicado aos fenómenos extremos, como inundações e secas, anunciou ontem Pachauri. “Espero que consigamos compreender melhor estas situações”, explicou.
“Aquilo que dissemos no nosso quarto relatório (de 2007) é muito claro: a partir das nossas observações, sabemos que há mais inundações, mais secas, mais ondas de calor e chuvas extremas. Isso está acontecendo”, lembrou. “Precisamos de uma avaliação completa para reduzir a nossa vulnerabilidade.”
Este relatório deverá ser publicado algumas semanas antes da Conferência da ONU sobre Clima, em Durban (África do Sul). Este trabalho fará parte do relatório do IPCC aguardado para 2014.
Hoje, “já temos certezas científicas suficientes para convencer as pessoas a agir” contra as alterações climáticas, entende Pachauri. “Por vezes, os homens podem agir muito depressa. Hoje temos a tecnologia, a capacidade. Se todos decidirem agir, penso que podemos ver resultados muito rapidamente”, acrescentou.
No ano passado, a comunidade internacional comprometeu-se a limitar o aumento global das temperaturas aos 2ºC, meta que muitos acreditam não será cumprida.
E no que concerne aos esforços para diminuição e limitações de poluentes expelidos pelas nossas indústrias em nossa frágil atmosfera, nenhuma das metas já estipuladas foram ou serão atingidas, parece o inevitável final que todos sabemos que vai acontecer e é inevitável, como assistir a uma tragédia grega, só que no caso, nós somos os protagonistas com o poder de mudarmos o desfecho, mas no entanto, somos impelidos pela nossa natureza destruidora a seguir para o que se configura, em um trágico e inevitável final.
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